quarta-feira, 30 de maio de 2012

Jack White - Blunderbuss (2012)

Jack White é sem dúvida alguma um dos caras mais trabalhadores do mundo musical, primeiro ganhou destaque ao lado de sua esposa/pseudo-irmã Meg White com o duo The White Stripes, fazendo um Rock forte e direto inspirado no Blues quando ninguém mais o fazia. 

Paralelo a sua "banda" principal, em 2005 Jack White formou o The Raconteurs, usando das mesmas influências de seu trabalho principal mas aproveitando todas as vantagens que uma banda completa composta por mais 3 músicos fixos e vários contratados podem oferecer a um excelente compositor como ele. Não satisfeito com em ter duas bandas, em 2009 ao lado de membros do Queen Of The Stone Age e The Kills formou o The Dead Weather onde voltou ao seu instrumento de origem, a bateria.

Após o fim oficial do The White Stripes em 2011 e com suas duas outras bandas de férias por tempo indeterminado, em abril de 2012 Jack White lançou seu primeiro álbum solo intitulado Blunderbuss, onde mostra que a sonoridade de suas bandas anteriores é uma influência muito forte e que novos elementos musicais sempre são bem vindos em seus trabalhos.

"Missing Pieces" abre o disco com sua levada intrincada deixando o ouvinte curioso pelo o que está por vir. Em seguida "Sixteen Saltines" traz o som de guitarra característico de White em um riff simples e extremamente marcante na música mais pesada do disco. "Love Interruption" foi o primeiro single do disco e mostra o lado acústico e melancólico de Jack White acompanhado por uma ótima banda feminina que dá mais ênfase a delicadeza da faixa.

"I'm Shakin'" é a única música do disco que não foi composta por Jack White, esse Blues rápido entra facilmente na lista de preferidas de qualquer fã de boa música. "Hip (Eponymous) Poor Boy" tem uma sonoridade meio Country, meio Bluegrass que incrivelmente se mostra muito boa para a voz do cantor.

No final das contas com seu primeiro álbum solo Jack White mostra para quem quiser ver/ouvir que é possível ter vários projetos e conseguir imprimir um selo de qualidade em todos eles, fazendo com que a prática leve a perfeição e a cada novo trabalho suas músicas soem melhor.

Destaque para as músicas:

- Sixteen Saltines
- Freedom At 21
- Love Interruption
- Blunderbuss
- I'm Shakin'
- Hip (Eponymous) Poor Boy


Até a próxima ^^

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Bruce Springsteen - Wrecking Ball (2012)

Wrecking Ball é o décimo sétimo disco de estúdio do cantor, compositor e guitarrista americano Bruce Springsteen, acompanhado como de costume por sua banda de apoio, a E Street Band, porém com uma baixa no grupo, o saxofonista e membro fundador Clarence Clemons, falecido em junho do ano passado.

Do alto de seus 62 anos Springsteen ainda apresenta um amor pela música muito grande, produzindo ótimos discos (dos últimos 5 álbuns lançados, 4 ficaram em primeiro lugar da Billboard 200) e fazendo apresentações memoráveis a cada show.

"We Take Care Of Our Own" abre o disco com belas frases melódicas deixando claro seu potencial para ser o primeiro hit deste disco. O ritmo bem marcado serve de base para o instrumental muito bem elaborado que consegue mesclar partes delicadas, tocadas por cordas e teclados, com a sonoridade forte e marcante da guitarra do Boss.

"Jack Of All Trades" pode ser definida como uma música country moderna, colocando em uma mesma canção o ritmo característico do gênero com alguns elementos eletrônicos. Esta é sem dúvida uma das músicas mais bonitas do álbum graças a grande performance de Springsteen nos vocais e as belas partes instrumentais que o acompanham nessa faixa, incluindo a participação especial de Tom Morello do Rage Against The Machine na guitarra principal, o músico também participa da música "This Depression", outra bela faixa deste novo disco.

"Death To My Hometown" lembra a música tradicional Irlandesa com uma batida eletrônica servindo de fio condutor para os inúmeros instrumentos presentes no arranjo criando harmonias muito interessantes. A faixa título "Wrecking Ball" foi composta em 2009 como uma homenagem ao Giants Stadium em New Jersey que foi fechado e demolido pouco tempo depois de uma série de cinco shows de Springsteen neste local em outubro de 2009.

Com Wrecking Ball Bruce Springsteen deixa claro que não pretende parar tão cedo e que se mantém em forma e antenado ao que acontece no universo musical para continuar produzindo bons discos e ótimos shows, fazendo jus ao apelido de "The Boss".

Destaque para as músicas:

- We Take Care Of Our Own
- Jack Of All Trades
- Death To My Hometown
- This Depression
- Wrecking Ball
- Land Of Hope And Dreams

Até mais ^^

quarta-feira, 28 de março de 2012

Vivendo Do Ócio - O Pensamento É Um Imã (2012)

Com o ótimo álbum de estreia Nem Sempre Tão Normal (2009), a banda baiana Vivendo Do Ócio chamou atenção para o seu trabalho, fazendo um tipo de Rock influenciado na medida certa tanto pelo Rock clássico quanto pelo Indie Rock, a banda foi considerada uma das grandes representantes do gênero no cenário nacional.

Consequentemente toda essa atenção gerou expectativa sobre o futuro do grupo, e o álbum O Pensamento É Um Imã vem para mostrar que os baianos não tinham a preocupação de sofrer a "síndrome do segundo disco" como a maioria das bandas que fazem um bom álbum de estreia e acabam compondo músicas propositalmente no mesmo estilo de seu primeiro disco no trabalho seguinte para tentar agradar aos fãs e crítica conquistados.

Geralmente essas bandas deixam para experimentar novos elementos em suas composições em um terceiro álbum, mas a Vivendo Do Ócio já faz isso em O Pensamento... e muito bem por sinal, conseguindo mesclar de maneira equilibrada a já consagrada sonoridade da banda com suas novas influências.

"Silas" tem um poderoso riff de guitarra e foi a primeira música deste novo trabalho a ser divulgada pela banda, tendo uma ótima letra e agradando facilmente velhos e novos ouvintes do grupo. Em "Nostalgia" a banda radicada em São Paulo faz uma ode a sua terra natal, com a ajuda do duo Agridoce, de maneira simples e extremamente sentimental apresentando pela primeira vez no álbum as diferenças em sua sonoridade.

O grupo chega a se arriscar em alguns momentos do disco como na agradável "Dois Mundos" e sua sonoridade pop, usando de partes vocais e instrumentais suaves em cima de uma base eletrônica dançante, e na brasileiríssima "O Mais Clichê", com a participação do músico Dadi, integrante do grupo Novos Baianos. Mas até fora de sua zona de conforto a banda consegue fazer um grande trabalho, que pode soar um pouco deslocado entre as outras faixas do disco, porém ambas as músicas tem seu valor por mostrarem um grupo mais versátil.

O resultado deste segundo álbum é uma banda mais madura e segura de sua música, arriscando sem medo de errar, que apresenta mais um bom trabalho e se mantém entre as grandes bandas nacionais graças a sua qualidade.

Destaque para as músicas:

- Silas
- Nostalgia
- Dois Mundos
- Radioatividade
- Por Um Punhado De Reais


Até mais ^^

quarta-feira, 21 de março de 2012

The Maccabees - Given To The Wild (2012)

Given To The Wild é o terceiro disco da banda britânica The Maccabees, e está sendo visto como o álbum mais interessante do grupo por ser experimental, mas sem deixar de lado o Indie Rock que voltou os olhares para a banda em seu primeiro disco, Colour It In (2007). 

Com a pressão de ter feito um bom primeiro disco o Maccabees em seu segundo álbum, Wall Of Arms (2009), produziu um trabalho de sonoridade mais densa, que foi bem recebido pela crítica, mas que deixou a desejar em relação ao de estréia. O novo disco, lançado logo na primeira semana deste ano, mostra um grupo mais maduro, conseguindo equilibrar a sonoridade do primeiro disco, mais direta e atraente para novos ouvintes, com o lado experimental  do segundo, mais denso e cerebral.

O álbum possui uma das melhores sequências de músicas dos últimos anos em sua primeira metade, conseguindo prender a atenção do ouvinte logo de cara, fazendo uso de climas instrumentais, belas harmonias e estruturas bem construídas em suas músicas. A faixa título do disco "Given To The Wild (Intro)" faz uma bela introdução para o álbum, crescendo de forma suave e dando uma amostra do riff que marca a música seguinte, "Child", com um ótimo arranjo construído a partir da levada de bateria e adicionando elementos diversos. Destaque para as frases melódicas tocadas pelo naipe de metais, que sem dúvida alguma são o grande diferencial do arranjo.

É impressionante a forma como a banda consegue fazer suas canções crescerem durante a execução, começando de forma mais calma, com frases mais lentas, até chegar em uma sonoridade agitada e dançante, como se fossem duas músicas em uma só. Isso acontece tanto em "Child" como na faixa seguinte "Feel To Follow", que usa deste mesmo artificio, mas sem repetir ideias e apresentando ótimas partes instrumentais como seu solo de guitarra.

"Heave" é uma das músicas mais densas do disco, mas ao mesmo tempo possui uma beleza incomum, prendendo o ouvinte com seu refrão e levando até uma parte instrumental complexa tecnicamente, mas que soa muito acessível e agradável. "Pelican" vem logo depois sendo de fácil assimilação, com uma linha instrumental bem trabalhada em sua primeira parte e apresentando uma das melhores músicas do álbum, este foi o primeiro single deste trabalho.

Given To The Wild não é um disco essencialmente Pop e que será amado por inteiro logo na primeira audição, mas conforme o ouvinte vai escutando o álbum, vai também entendo o formato proposto pela banda, criando momentos de altos e baixos que compõem o disco quase que de forma conceitual para ser apreciado preferencialmente por completo e não aos pedaços como a cultura da música em formato digital nos acostumou a fazer.

Destaque para as músicas:

- Child
- Feel To Follow
- Ayla
- Heave
- Went Away
- Unknown


Até mais ^^

quarta-feira, 14 de março de 2012

The Fray - Scars & Stories (2012)

Assim como o Coldplay sofre com a constante comparação com o U2 a cada novo passo, a banda americana The Fray, vulgarmente associada ao gênero Piano Rock, sofre com a constante comparação com o Coldplay a cada novo disco que lançam.

Sem dúvida o piano é o instrumento guia da maioria das músicas do grupo, mas não se pode segregar essa banda e tantas outras a um sub-gênero do Rock. Em Scars & Stories a característica da banda que os mantém neste gênero está lá, mas acompanhada de ótimos arranjos que concedem tanta importância aos outros instrumentos quanto ao piano, em conjunto a produção muito bem feita do veterano Brendan O'Brien, que já produziu bandas como AC/DC, Pearl Jam, Audioslave e Bruce Springsteen.

A faixa de abertura "Heartbeat" abre o disco mostrando que a banda não está para brincadeira, soando como o Coldplay, mas muito menos que nos trabalhos anteriores e isso fica claro com o decorrer do disco, a banda apresenta uma música de andamento médio com ótimas partes harmônicas e melódicas, trabalhando com várias camadas sonoras criando atmosferas que caem muito bem na base rítmica da banda. 

"The Fighter" vem em seguida com uma ótima introdução guiada pela levada da bateria e por um riff de guitarra que se repete incansavelmente até o primeiro refrão. Após o segundo refrão a banda apresenta um interlúdio muito bem feito trabalhando de forma primordiosa a harmonia da música que cria um novo clima para a faixa e abre caminho para a entrada explosiva do solo de guitarra e do último refrão.

"Run For Your Life" vem com estrofes bem elaboradas e um refrão simples mas muito bonito que a coloca entre as músicas mais interessantes do disco. "I Can Barely Say" é a faixa mais lenta do álbum, iniciando a segunda parte do disco de forma leve e valorizando o arranjo de piano com o acompanhamento de instrumentos de cordas que criam a base harmônica para as frases vocais.

A bateria swingada de "Munich" deixa o ouvinte interessado já na primeira audição e a faixa com seu ótimo refrão e mais um belo arranjo faz com ela seja colocada entre as melhores do disco para ser ouvida repetidamente, caindo bem em qualquer situação. "48 To Go" tem uma pegada Country e soa totalmente diferente do restante do disco, mas isso não quer dizer que a música não seja tão boa quanto as outras, muito pelo contrário, mostra a banda em mais uma bela performance e ficará entre as preferidas de muitos fãs do grupo.

Em Scars & Stories a banda The Fray apresenta um ótimo disco em relação a arranjos e produção, mas acima de tudo o grupo soa menos como suas influências e mais com suas características próprias, claro que sons meio Coldplay ou Keane estão lá, mas em menos quantidade que por exemplo no trabalho anterior do grupo.

Destaque para as músicas:

- Heartbeat
- The Fighter
- The Wind
- 1961
- Munich
- Rainy Zurich


Até semana que vem ^^