quarta-feira, 28 de março de 2012

Vivendo Do Ócio - O Pensamento É Um Imã (2012)

Com o ótimo álbum de estreia Nem Sempre Tão Normal (2009), a banda baiana Vivendo Do Ócio chamou atenção para o seu trabalho, fazendo um tipo de Rock influenciado na medida certa tanto pelo Rock clássico quanto pelo Indie Rock, a banda foi considerada uma das grandes representantes do gênero no cenário nacional.

Consequentemente toda essa atenção gerou expectativa sobre o futuro do grupo, e o álbum O Pensamento É Um Imã vem para mostrar que os baianos não tinham a preocupação de sofrer a "síndrome do segundo disco" como a maioria das bandas que fazem um bom álbum de estreia e acabam compondo músicas propositalmente no mesmo estilo de seu primeiro disco no trabalho seguinte para tentar agradar aos fãs e crítica conquistados.

Geralmente essas bandas deixam para experimentar novos elementos em suas composições em um terceiro álbum, mas a Vivendo Do Ócio já faz isso em O Pensamento... e muito bem por sinal, conseguindo mesclar de maneira equilibrada a já consagrada sonoridade da banda com suas novas influências.

"Silas" tem um poderoso riff de guitarra e foi a primeira música deste novo trabalho a ser divulgada pela banda, tendo uma ótima letra e agradando facilmente velhos e novos ouvintes do grupo. Em "Nostalgia" a banda radicada em São Paulo faz uma ode a sua terra natal, com a ajuda do duo Agridoce, de maneira simples e extremamente sentimental apresentando pela primeira vez no álbum as diferenças em sua sonoridade.

O grupo chega a se arriscar em alguns momentos do disco como na agradável "Dois Mundos" e sua sonoridade pop, usando de partes vocais e instrumentais suaves em cima de uma base eletrônica dançante, e na brasileiríssima "O Mais Clichê", com a participação do músico Dadi, integrante do grupo Novos Baianos. Mas até fora de sua zona de conforto a banda consegue fazer um grande trabalho, que pode soar um pouco deslocado entre as outras faixas do disco, porém ambas as músicas tem seu valor por mostrarem um grupo mais versátil.

O resultado deste segundo álbum é uma banda mais madura e segura de sua música, arriscando sem medo de errar, que apresenta mais um bom trabalho e se mantém entre as grandes bandas nacionais graças a sua qualidade.

Destaque para as músicas:

- Silas
- Nostalgia
- Dois Mundos
- Radioatividade
- Por Um Punhado De Reais


Até mais ^^

quarta-feira, 21 de março de 2012

The Maccabees - Given To The Wild (2012)

Given To The Wild é o terceiro disco da banda britânica The Maccabees, e está sendo visto como o álbum mais interessante do grupo por ser experimental, mas sem deixar de lado o Indie Rock que voltou os olhares para a banda em seu primeiro disco, Colour It In (2007). 

Com a pressão de ter feito um bom primeiro disco o Maccabees em seu segundo álbum, Wall Of Arms (2009), produziu um trabalho de sonoridade mais densa, que foi bem recebido pela crítica, mas que deixou a desejar em relação ao de estréia. O novo disco, lançado logo na primeira semana deste ano, mostra um grupo mais maduro, conseguindo equilibrar a sonoridade do primeiro disco, mais direta e atraente para novos ouvintes, com o lado experimental  do segundo, mais denso e cerebral.

O álbum possui uma das melhores sequências de músicas dos últimos anos em sua primeira metade, conseguindo prender a atenção do ouvinte logo de cara, fazendo uso de climas instrumentais, belas harmonias e estruturas bem construídas em suas músicas. A faixa título do disco "Given To The Wild (Intro)" faz uma bela introdução para o álbum, crescendo de forma suave e dando uma amostra do riff que marca a música seguinte, "Child", com um ótimo arranjo construído a partir da levada de bateria e adicionando elementos diversos. Destaque para as frases melódicas tocadas pelo naipe de metais, que sem dúvida alguma são o grande diferencial do arranjo.

É impressionante a forma como a banda consegue fazer suas canções crescerem durante a execução, começando de forma mais calma, com frases mais lentas, até chegar em uma sonoridade agitada e dançante, como se fossem duas músicas em uma só. Isso acontece tanto em "Child" como na faixa seguinte "Feel To Follow", que usa deste mesmo artificio, mas sem repetir ideias e apresentando ótimas partes instrumentais como seu solo de guitarra.

"Heave" é uma das músicas mais densas do disco, mas ao mesmo tempo possui uma beleza incomum, prendendo o ouvinte com seu refrão e levando até uma parte instrumental complexa tecnicamente, mas que soa muito acessível e agradável. "Pelican" vem logo depois sendo de fácil assimilação, com uma linha instrumental bem trabalhada em sua primeira parte e apresentando uma das melhores músicas do álbum, este foi o primeiro single deste trabalho.

Given To The Wild não é um disco essencialmente Pop e que será amado por inteiro logo na primeira audição, mas conforme o ouvinte vai escutando o álbum, vai também entendo o formato proposto pela banda, criando momentos de altos e baixos que compõem o disco quase que de forma conceitual para ser apreciado preferencialmente por completo e não aos pedaços como a cultura da música em formato digital nos acostumou a fazer.

Destaque para as músicas:

- Child
- Feel To Follow
- Ayla
- Heave
- Went Away
- Unknown


Até mais ^^

quarta-feira, 14 de março de 2012

The Fray - Scars & Stories (2012)

Assim como o Coldplay sofre com a constante comparação com o U2 a cada novo passo, a banda americana The Fray, vulgarmente associada ao gênero Piano Rock, sofre com a constante comparação com o Coldplay a cada novo disco que lançam.

Sem dúvida o piano é o instrumento guia da maioria das músicas do grupo, mas não se pode segregar essa banda e tantas outras a um sub-gênero do Rock. Em Scars & Stories a característica da banda que os mantém neste gênero está lá, mas acompanhada de ótimos arranjos que concedem tanta importância aos outros instrumentos quanto ao piano, em conjunto a produção muito bem feita do veterano Brendan O'Brien, que já produziu bandas como AC/DC, Pearl Jam, Audioslave e Bruce Springsteen.

A faixa de abertura "Heartbeat" abre o disco mostrando que a banda não está para brincadeira, soando como o Coldplay, mas muito menos que nos trabalhos anteriores e isso fica claro com o decorrer do disco, a banda apresenta uma música de andamento médio com ótimas partes harmônicas e melódicas, trabalhando com várias camadas sonoras criando atmosferas que caem muito bem na base rítmica da banda. 

"The Fighter" vem em seguida com uma ótima introdução guiada pela levada da bateria e por um riff de guitarra que se repete incansavelmente até o primeiro refrão. Após o segundo refrão a banda apresenta um interlúdio muito bem feito trabalhando de forma primordiosa a harmonia da música que cria um novo clima para a faixa e abre caminho para a entrada explosiva do solo de guitarra e do último refrão.

"Run For Your Life" vem com estrofes bem elaboradas e um refrão simples mas muito bonito que a coloca entre as músicas mais interessantes do disco. "I Can Barely Say" é a faixa mais lenta do álbum, iniciando a segunda parte do disco de forma leve e valorizando o arranjo de piano com o acompanhamento de instrumentos de cordas que criam a base harmônica para as frases vocais.

A bateria swingada de "Munich" deixa o ouvinte interessado já na primeira audição e a faixa com seu ótimo refrão e mais um belo arranjo faz com ela seja colocada entre as melhores do disco para ser ouvida repetidamente, caindo bem em qualquer situação. "48 To Go" tem uma pegada Country e soa totalmente diferente do restante do disco, mas isso não quer dizer que a música não seja tão boa quanto as outras, muito pelo contrário, mostra a banda em mais uma bela performance e ficará entre as preferidas de muitos fãs do grupo.

Em Scars & Stories a banda The Fray apresenta um ótimo disco em relação a arranjos e produção, mas acima de tudo o grupo soa menos como suas influências e mais com suas características próprias, claro que sons meio Coldplay ou Keane estão lá, mas em menos quantidade que por exemplo no trabalho anterior do grupo.

Destaque para as músicas:

- Heartbeat
- The Fighter
- The Wind
- 1961
- Munich
- Rainy Zurich


Até semana que vem ^^

quarta-feira, 7 de março de 2012

Howler - America Give Up (2012)

Howler é uma banda americana de Indie Rock vinda da cidade de Minneapolis que demonstra em sua sonoridade influências de bandas como The Strokes em um rock mais sujo, barulhento e garageiro. 

E o que aconteceu com os Strokes em seu primeiro disco sendo considerados a salvação do Rock lá em 2001, está acontecendo com a Howler agora em pleno 2012 por parte de alguns críticos e ouvintes, tendo seu disco com uma sonoridade diferenciada do que vinha sendo feito pelas bandas de Rock nos últimos anos como "novo" caminho para este gênero. Na primeira audição as músicas soam um tanto barulhentas, mas com o decorrer do álbum nossos ouvidos vão se acustumando e curtindo as faixas que dão um bom ritmo para o disco.

"Beach Sluts" abre o disco com um levada meio Surf Music e guitarras inspiradas nos anos 90 abrindo caminho para a voz agradável de Jordan Gatesmith, vocalista e guitarrista da banda, e um refrão acelerado, em contraponto as estrofes, usando e abusando de distorções, peso e volume. Uma ótima faixa de abertura para o disco de estréia do grupo. "Back To The Grave" vem em seguida guiada por uma voz grave bem desenhada melódicamente, acompanhando de maneira eficiente a parte instrumental de arranjo simples mas soando de forma perfeita para a faixa.

"This One's Different" tem um ótimo refrão e lembra muito o primeiro disco do Strokes, graças as semelhanças das guitarras em relação ao timbre e aos solos e "Too Much Blood" lembra a banda The Vaccines com seu andamento lento dando ênfase a parte vocal, não sendo a única faixa do disco que lembra a banda inglesa, provavelmente mais uma influência do grupo.

Em "Pythagorean Fearem" um riff de guitarra simples guia toda a música de forma rápida e pesada no melhor estilo Punk Rock. "Told You Once" é o inverso da faixa anterior, tem sua base formada por violões, deixando a parte mais rockeira com a bateria e explodindo no refrão que soa tão bem quanto as estrofes, sem dúvida uma das melhores músicas do disco. "Back Of Your Neck" vem direto dos anos 60 com sua sonoridade Surf Music escancarada nas guitarras com reverb e backing vocals caracteristicos do gênero, tendo como seu ponto alto o solo de guitarra simples e melodioso.

America Give Up é um disco rápido tendo apenas 31 minutos e 50 segundos, e neste pequeno espaço de tempo a banda mostra que sem dúvida vai conquistar uma boa gama de admiradores, mas não vai revolucionar o Rock. Quem sabe futuramente o grupo pode se tornar uma banda de primeiro escalão, e isso depende de vários fatores, entre eles a composição de um bom segundo disco.

Destaque para as músicas:

- Beach Sluts
- Back To The Grave
- Too Much Blood
- Pythagorean Fearem
- Back Of Your Neck


Até mais ^^