quarta-feira, 30 de maio de 2012

Jack White - Blunderbuss (2012)

Jack White é sem dúvida alguma um dos caras mais trabalhadores do mundo musical, primeiro ganhou destaque ao lado de sua esposa/pseudo-irmã Meg White com o duo The White Stripes, fazendo um Rock forte e direto inspirado no Blues quando ninguém mais o fazia. 

Paralelo a sua "banda" principal, em 2005 Jack White formou o The Raconteurs, usando das mesmas influências de seu trabalho principal mas aproveitando todas as vantagens que uma banda completa composta por mais 3 músicos fixos e vários contratados podem oferecer a um excelente compositor como ele. Não satisfeito com em ter duas bandas, em 2009 ao lado de membros do Queen Of The Stone Age e The Kills formou o The Dead Weather onde voltou ao seu instrumento de origem, a bateria.

Após o fim oficial do The White Stripes em 2011 e com suas duas outras bandas de férias por tempo indeterminado, em abril de 2012 Jack White lançou seu primeiro álbum solo intitulado Blunderbuss, onde mostra que a sonoridade de suas bandas anteriores é uma influência muito forte e que novos elementos musicais sempre são bem vindos em seus trabalhos.

"Missing Pieces" abre o disco com sua levada intrincada deixando o ouvinte curioso pelo o que está por vir. Em seguida "Sixteen Saltines" traz o som de guitarra característico de White em um riff simples e extremamente marcante na música mais pesada do disco. "Love Interruption" foi o primeiro single do disco e mostra o lado acústico e melancólico de Jack White acompanhado por uma ótima banda feminina que dá mais ênfase a delicadeza da faixa.

"I'm Shakin'" é a única música do disco que não foi composta por Jack White, esse Blues rápido entra facilmente na lista de preferidas de qualquer fã de boa música. "Hip (Eponymous) Poor Boy" tem uma sonoridade meio Country, meio Bluegrass que incrivelmente se mostra muito boa para a voz do cantor.

No final das contas com seu primeiro álbum solo Jack White mostra para quem quiser ver/ouvir que é possível ter vários projetos e conseguir imprimir um selo de qualidade em todos eles, fazendo com que a prática leve a perfeição e a cada novo trabalho suas músicas soem melhor.

Destaque para as músicas:

- Sixteen Saltines
- Freedom At 21
- Love Interruption
- Blunderbuss
- I'm Shakin'
- Hip (Eponymous) Poor Boy


Até a próxima ^^

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Bruce Springsteen - Wrecking Ball (2012)

Wrecking Ball é o décimo sétimo disco de estúdio do cantor, compositor e guitarrista americano Bruce Springsteen, acompanhado como de costume por sua banda de apoio, a E Street Band, porém com uma baixa no grupo, o saxofonista e membro fundador Clarence Clemons, falecido em junho do ano passado.

Do alto de seus 62 anos Springsteen ainda apresenta um amor pela música muito grande, produzindo ótimos discos (dos últimos 5 álbuns lançados, 4 ficaram em primeiro lugar da Billboard 200) e fazendo apresentações memoráveis a cada show.

"We Take Care Of Our Own" abre o disco com belas frases melódicas deixando claro seu potencial para ser o primeiro hit deste disco. O ritmo bem marcado serve de base para o instrumental muito bem elaborado que consegue mesclar partes delicadas, tocadas por cordas e teclados, com a sonoridade forte e marcante da guitarra do Boss.

"Jack Of All Trades" pode ser definida como uma música country moderna, colocando em uma mesma canção o ritmo característico do gênero com alguns elementos eletrônicos. Esta é sem dúvida uma das músicas mais bonitas do álbum graças a grande performance de Springsteen nos vocais e as belas partes instrumentais que o acompanham nessa faixa, incluindo a participação especial de Tom Morello do Rage Against The Machine na guitarra principal, o músico também participa da música "This Depression", outra bela faixa deste novo disco.

"Death To My Hometown" lembra a música tradicional Irlandesa com uma batida eletrônica servindo de fio condutor para os inúmeros instrumentos presentes no arranjo criando harmonias muito interessantes. A faixa título "Wrecking Ball" foi composta em 2009 como uma homenagem ao Giants Stadium em New Jersey que foi fechado e demolido pouco tempo depois de uma série de cinco shows de Springsteen neste local em outubro de 2009.

Com Wrecking Ball Bruce Springsteen deixa claro que não pretende parar tão cedo e que se mantém em forma e antenado ao que acontece no universo musical para continuar produzindo bons discos e ótimos shows, fazendo jus ao apelido de "The Boss".

Destaque para as músicas:

- We Take Care Of Our Own
- Jack Of All Trades
- Death To My Hometown
- This Depression
- Wrecking Ball
- Land Of Hope And Dreams

Até mais ^^

quarta-feira, 28 de março de 2012

Vivendo Do Ócio - O Pensamento É Um Imã (2012)

Com o ótimo álbum de estreia Nem Sempre Tão Normal (2009), a banda baiana Vivendo Do Ócio chamou atenção para o seu trabalho, fazendo um tipo de Rock influenciado na medida certa tanto pelo Rock clássico quanto pelo Indie Rock, a banda foi considerada uma das grandes representantes do gênero no cenário nacional.

Consequentemente toda essa atenção gerou expectativa sobre o futuro do grupo, e o álbum O Pensamento É Um Imã vem para mostrar que os baianos não tinham a preocupação de sofrer a "síndrome do segundo disco" como a maioria das bandas que fazem um bom álbum de estreia e acabam compondo músicas propositalmente no mesmo estilo de seu primeiro disco no trabalho seguinte para tentar agradar aos fãs e crítica conquistados.

Geralmente essas bandas deixam para experimentar novos elementos em suas composições em um terceiro álbum, mas a Vivendo Do Ócio já faz isso em O Pensamento... e muito bem por sinal, conseguindo mesclar de maneira equilibrada a já consagrada sonoridade da banda com suas novas influências.

"Silas" tem um poderoso riff de guitarra e foi a primeira música deste novo trabalho a ser divulgada pela banda, tendo uma ótima letra e agradando facilmente velhos e novos ouvintes do grupo. Em "Nostalgia" a banda radicada em São Paulo faz uma ode a sua terra natal, com a ajuda do duo Agridoce, de maneira simples e extremamente sentimental apresentando pela primeira vez no álbum as diferenças em sua sonoridade.

O grupo chega a se arriscar em alguns momentos do disco como na agradável "Dois Mundos" e sua sonoridade pop, usando de partes vocais e instrumentais suaves em cima de uma base eletrônica dançante, e na brasileiríssima "O Mais Clichê", com a participação do músico Dadi, integrante do grupo Novos Baianos. Mas até fora de sua zona de conforto a banda consegue fazer um grande trabalho, que pode soar um pouco deslocado entre as outras faixas do disco, porém ambas as músicas tem seu valor por mostrarem um grupo mais versátil.

O resultado deste segundo álbum é uma banda mais madura e segura de sua música, arriscando sem medo de errar, que apresenta mais um bom trabalho e se mantém entre as grandes bandas nacionais graças a sua qualidade.

Destaque para as músicas:

- Silas
- Nostalgia
- Dois Mundos
- Radioatividade
- Por Um Punhado De Reais


Até mais ^^

quarta-feira, 21 de março de 2012

The Maccabees - Given To The Wild (2012)

Given To The Wild é o terceiro disco da banda britânica The Maccabees, e está sendo visto como o álbum mais interessante do grupo por ser experimental, mas sem deixar de lado o Indie Rock que voltou os olhares para a banda em seu primeiro disco, Colour It In (2007). 

Com a pressão de ter feito um bom primeiro disco o Maccabees em seu segundo álbum, Wall Of Arms (2009), produziu um trabalho de sonoridade mais densa, que foi bem recebido pela crítica, mas que deixou a desejar em relação ao de estréia. O novo disco, lançado logo na primeira semana deste ano, mostra um grupo mais maduro, conseguindo equilibrar a sonoridade do primeiro disco, mais direta e atraente para novos ouvintes, com o lado experimental  do segundo, mais denso e cerebral.

O álbum possui uma das melhores sequências de músicas dos últimos anos em sua primeira metade, conseguindo prender a atenção do ouvinte logo de cara, fazendo uso de climas instrumentais, belas harmonias e estruturas bem construídas em suas músicas. A faixa título do disco "Given To The Wild (Intro)" faz uma bela introdução para o álbum, crescendo de forma suave e dando uma amostra do riff que marca a música seguinte, "Child", com um ótimo arranjo construído a partir da levada de bateria e adicionando elementos diversos. Destaque para as frases melódicas tocadas pelo naipe de metais, que sem dúvida alguma são o grande diferencial do arranjo.

É impressionante a forma como a banda consegue fazer suas canções crescerem durante a execução, começando de forma mais calma, com frases mais lentas, até chegar em uma sonoridade agitada e dançante, como se fossem duas músicas em uma só. Isso acontece tanto em "Child" como na faixa seguinte "Feel To Follow", que usa deste mesmo artificio, mas sem repetir ideias e apresentando ótimas partes instrumentais como seu solo de guitarra.

"Heave" é uma das músicas mais densas do disco, mas ao mesmo tempo possui uma beleza incomum, prendendo o ouvinte com seu refrão e levando até uma parte instrumental complexa tecnicamente, mas que soa muito acessível e agradável. "Pelican" vem logo depois sendo de fácil assimilação, com uma linha instrumental bem trabalhada em sua primeira parte e apresentando uma das melhores músicas do álbum, este foi o primeiro single deste trabalho.

Given To The Wild não é um disco essencialmente Pop e que será amado por inteiro logo na primeira audição, mas conforme o ouvinte vai escutando o álbum, vai também entendo o formato proposto pela banda, criando momentos de altos e baixos que compõem o disco quase que de forma conceitual para ser apreciado preferencialmente por completo e não aos pedaços como a cultura da música em formato digital nos acostumou a fazer.

Destaque para as músicas:

- Child
- Feel To Follow
- Ayla
- Heave
- Went Away
- Unknown


Até mais ^^

quarta-feira, 14 de março de 2012

The Fray - Scars & Stories (2012)

Assim como o Coldplay sofre com a constante comparação com o U2 a cada novo passo, a banda americana The Fray, vulgarmente associada ao gênero Piano Rock, sofre com a constante comparação com o Coldplay a cada novo disco que lançam.

Sem dúvida o piano é o instrumento guia da maioria das músicas do grupo, mas não se pode segregar essa banda e tantas outras a um sub-gênero do Rock. Em Scars & Stories a característica da banda que os mantém neste gênero está lá, mas acompanhada de ótimos arranjos que concedem tanta importância aos outros instrumentos quanto ao piano, em conjunto a produção muito bem feita do veterano Brendan O'Brien, que já produziu bandas como AC/DC, Pearl Jam, Audioslave e Bruce Springsteen.

A faixa de abertura "Heartbeat" abre o disco mostrando que a banda não está para brincadeira, soando como o Coldplay, mas muito menos que nos trabalhos anteriores e isso fica claro com o decorrer do disco, a banda apresenta uma música de andamento médio com ótimas partes harmônicas e melódicas, trabalhando com várias camadas sonoras criando atmosferas que caem muito bem na base rítmica da banda. 

"The Fighter" vem em seguida com uma ótima introdução guiada pela levada da bateria e por um riff de guitarra que se repete incansavelmente até o primeiro refrão. Após o segundo refrão a banda apresenta um interlúdio muito bem feito trabalhando de forma primordiosa a harmonia da música que cria um novo clima para a faixa e abre caminho para a entrada explosiva do solo de guitarra e do último refrão.

"Run For Your Life" vem com estrofes bem elaboradas e um refrão simples mas muito bonito que a coloca entre as músicas mais interessantes do disco. "I Can Barely Say" é a faixa mais lenta do álbum, iniciando a segunda parte do disco de forma leve e valorizando o arranjo de piano com o acompanhamento de instrumentos de cordas que criam a base harmônica para as frases vocais.

A bateria swingada de "Munich" deixa o ouvinte interessado já na primeira audição e a faixa com seu ótimo refrão e mais um belo arranjo faz com ela seja colocada entre as melhores do disco para ser ouvida repetidamente, caindo bem em qualquer situação. "48 To Go" tem uma pegada Country e soa totalmente diferente do restante do disco, mas isso não quer dizer que a música não seja tão boa quanto as outras, muito pelo contrário, mostra a banda em mais uma bela performance e ficará entre as preferidas de muitos fãs do grupo.

Em Scars & Stories a banda The Fray apresenta um ótimo disco em relação a arranjos e produção, mas acima de tudo o grupo soa menos como suas influências e mais com suas características próprias, claro que sons meio Coldplay ou Keane estão lá, mas em menos quantidade que por exemplo no trabalho anterior do grupo.

Destaque para as músicas:

- Heartbeat
- The Fighter
- The Wind
- 1961
- Munich
- Rainy Zurich


Até semana que vem ^^

quarta-feira, 7 de março de 2012

Howler - America Give Up (2012)

Howler é uma banda americana de Indie Rock vinda da cidade de Minneapolis que demonstra em sua sonoridade influências de bandas como The Strokes em um rock mais sujo, barulhento e garageiro. 

E o que aconteceu com os Strokes em seu primeiro disco sendo considerados a salvação do Rock lá em 2001, está acontecendo com a Howler agora em pleno 2012 por parte de alguns críticos e ouvintes, tendo seu disco com uma sonoridade diferenciada do que vinha sendo feito pelas bandas de Rock nos últimos anos como "novo" caminho para este gênero. Na primeira audição as músicas soam um tanto barulhentas, mas com o decorrer do álbum nossos ouvidos vão se acustumando e curtindo as faixas que dão um bom ritmo para o disco.

"Beach Sluts" abre o disco com um levada meio Surf Music e guitarras inspiradas nos anos 90 abrindo caminho para a voz agradável de Jordan Gatesmith, vocalista e guitarrista da banda, e um refrão acelerado, em contraponto as estrofes, usando e abusando de distorções, peso e volume. Uma ótima faixa de abertura para o disco de estréia do grupo. "Back To The Grave" vem em seguida guiada por uma voz grave bem desenhada melódicamente, acompanhando de maneira eficiente a parte instrumental de arranjo simples mas soando de forma perfeita para a faixa.

"This One's Different" tem um ótimo refrão e lembra muito o primeiro disco do Strokes, graças as semelhanças das guitarras em relação ao timbre e aos solos e "Too Much Blood" lembra a banda The Vaccines com seu andamento lento dando ênfase a parte vocal, não sendo a única faixa do disco que lembra a banda inglesa, provavelmente mais uma influência do grupo.

Em "Pythagorean Fearem" um riff de guitarra simples guia toda a música de forma rápida e pesada no melhor estilo Punk Rock. "Told You Once" é o inverso da faixa anterior, tem sua base formada por violões, deixando a parte mais rockeira com a bateria e explodindo no refrão que soa tão bem quanto as estrofes, sem dúvida uma das melhores músicas do disco. "Back Of Your Neck" vem direto dos anos 60 com sua sonoridade Surf Music escancarada nas guitarras com reverb e backing vocals caracteristicos do gênero, tendo como seu ponto alto o solo de guitarra simples e melodioso.

America Give Up é um disco rápido tendo apenas 31 minutos e 50 segundos, e neste pequeno espaço de tempo a banda mostra que sem dúvida vai conquistar uma boa gama de admiradores, mas não vai revolucionar o Rock. Quem sabe futuramente o grupo pode se tornar uma banda de primeiro escalão, e isso depende de vários fatores, entre eles a composição de um bom segundo disco.

Destaque para as músicas:

- Beach Sluts
- Back To The Grave
- Too Much Blood
- Pythagorean Fearem
- Back Of Your Neck


Até mais ^^

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Lana Del Rey - Born To Die (2012)

Born To Die é o segundo álbum de estúdio, e o primeiro por uma grande gravadora, da cantora sensação hype de 2011 Lana Del Rey. 

Em outubro do ano passado, Lana lançou na internet seu primeiro single, a música "Video Games" com um clipe (supostamente) produzido por ela mesma mesclando imagens da própria cantora com outras aleatórias, demonstrando uma grande influência retrô que se manifesta mais no visual da cantora que em sua música.

Considerada por muitos uma nova Adele, Lana apresenta algumas semelhanças com a cantora que mais vendeu discos em 2011, ela também compõe a maioria de suas músicas e é dotada de uma habilidade vocal impressionante, conseguindo passear entre graves e agudos com muita facilidade e apresentando basicamente três maneiras de cantar distintas que enriquecem a interpretação de suas músicas.

A faixa titulo "Born To Die" abre o disco com um belo arranjo que usa muito bem uma orquestra de cordas como base para a música composta basicamente pela voz da cantora e uma bem elaborada batida eletrônica, mas sem dúvida alguma a beleza da faixa seria amplificada se os produtores tivessem gravado a parte eletrônica com instrumentos acústicos, soando de forma mais orgânica e como menos cara de Hip-hop.

Na faixa de abertura Lana Del Rey apresenta sua primeira "personalidade" vocal, uma voz sofrida, meio sem vontade, mas que soa muito bem. Já em "Off To The Races", mais especificamente no refrão, ouvimos a segunda personalidade vocal da cantora, uma voz mais aguda com caracteristicas adolescentes, que assim como a primeira encaixa perfeitamente na música. A faixa em si não apresenta nada de mais, abusando das batidas eletrônicas e apresentando um bom refrão.

Logo em seguida a cantora coloca na sequência duas de suas melhores músicas, "Blue Jeans", com suas partes muito bem elaboradas, seria perfeita se tocada por uma banda (como é feito em sua versão ao vivo) e se não tivesse uma voz gravada que se repete durante toda a música de forma chata e desnecessária. Já o single "Video Games" tem um dos arranjos mais bonitos dos últimos anos, trabalhando de forma esplêndida com várias camadas sonoras compostas por instrumentos como piano, cordas, percussão e partes eletrônicas.

"Dark Paradise" e "Radio" são praticamente as únicas faixas onde o arranjo baseado em batidas eletrônicas funciona de maneira eficiente, combinando com a música em sua maior parte e contribuindo para que o interesse sobre ela cresça. A terceira personalidade vocal de Lana aparece em "Million Dollar Man" um Blues à moda antiga com base eletrônica e apoiado em boas construções melódicas e harmônicas tocadas pelas cordas onde a cantora interpreta a letra com uma voz firme e muito bonita.

A critica foi justa em não receber muito bem Born To Die, a produção feita de forma apressada para aproveitar o estouro da cantora na internet, usando e abusando de bases eletrônicas, tirou o potencial da maioria das músicas do disco, deixando-o em alguns momentos repetitivo, o que acredito que não aconteceria se as partes instrumentais tivessem sido gravadas por uma banda com instrumentos acústicos, fazendo com que a sonoridade do álbum fosse mais orgânica e combinasse de maneira mais efetiva com as características da cantora. Mas apesar de tudo esse primeiro trabalho de Lana Del Rey por uma grande gravadora tem seu valor e seu repertorio demonstra um grande potencial ao vivo, nos resta esperar pelo próximo disco da cantora.

Destaque para as músicas:

- Born To Die
- Blue Jeans
- Video Games
- Radio
- Million Dollar Man
- Summertime Sadness


Até semana que vem ^^

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Van Halen - A Different Kind Of Truth (2012)

A Different Kind Of Truth é o décimo segundo disco da banda americana Van Halen e retoma a carreira do grupo em diversos aspectos:
1) Este é o primeiro álbum da banda após 14 anos de "férias" do estúdio, sendo Van Halen III (1998) o último lançamento da banda.
2) Após 27 anos, David Lee Roth volta a gravar com o grupo que o levou ao estrelato e ao qual voltou em 2007 para turnês.

Michael Anthony, atualmente baixista da super banda Chickenfoot, completaria a formação original tocando baixo, mas neste disco quem assume o instrumento é o filho do guitarrista Eddie Van Halen, Wolfang, que acompanha o pai em suas turnês desde 2006 e mostra um desempenho mediano em seu primeiro registro fonográfico.

"Tattoo" abre o disco com muito peso e uma sonoridade setentista, este foi o primeiro single do álbum e tem um grande apelo como seu refrão de fácil assimilação e a guitarra inconfundível de Eddie Van Halen fazendo um belo solo que mostra que a banda está em forma. "She's The Woman" vem em seguida com um riff marcante de guitarra e uma ótima levada de bateria, a faixa já existe desde 1976 e está registrada em gravações não autorizadas da banda, mas só agora foi lançada oficialmente remetendo diretamente aos primeiros trabalhos do grupo.

"You And Your Blues" traz David Lee Roth fazendo uma grande performance vocal em uma música mais lenta, mas com muito peso e agressividade. "China Town" começa com uma das inúmeras "insanidades" guitarrísticas de Eddie, abrindo espaço para a primeira música em que o baterista Alex Van Halen demonstra sua legendaria habilidade tocando com dois bumbos, lembrando a clássico "Hot For Teacher" do álbum MCMLXXXIV (1984).

"Blood And Fire" inevitavelmente lembra "Panama", um dos maiores hits da banda, graças as pequenas frases de guitarra que caracterizam a música e ao ritmo vocal feito pelo vocalista do grupo. "Bullethead" vem com velocidade, soando como uma música punk do anos 70 e trazendo o título do disco entre suas frases rápidas. A segunda metade do disco é toda muito parecida, dando a impressão que a maioria das faixas foram criadas no mesmo período de tempo como uma grande música que foi dividida em várias partes. "Stay Frosty" aparece como uma exceção a isso quebrando a sequência de canções "irmãs" como seu estilo Country Blues.

A Different Kind Of Truth mostra que o Van Halen voltou com tudo e com a intenção de ficar em evidencia por um bom tempo, por isso antes mesmo do lançamento do disco o grupo já havia feito uma grande divulgação em torno da turnê milionária deste disco que já tem 45 datas marcadas e provavelmente vai se estender pelo mundo com grande possibilidade de passar pelo Brasil em 2013.

Destaque para as músicas:

- Tattoo
- She's the Woman
- You and Your Blues
- China Town
- Blood and Fire
- Stay Frosty


Até semana que vem ^^

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Tedeschi Trucks Band - Revelator (2011)

Derek Trucks é um respeitado guitarrista e compositor americano que desde 1999 faz parte de uma das maiores bandas da história do Rock, a The Allman Brothers Band, substituindo o lendário Duane Allman. 

Sua esposa, Susan Tedeschi, tem sua própria banda e até 2009 gravava e saia em turnê com a mesma, mas em 2010 o casal resolveu aproveitar o hiato de suas bandas principais e formar a Tedeschi Trucks Band com mais nove músicos para tocar Blues da melhor qualidade com forte influência Pop, Rock, Folk, Gospel e Soul.

"Come See About Me" abre o disco com um groove feito pela banda com um felling muito bom, a ótima voz da cantora principal do grupo, Susan Tedeschi e belos riffs de guitarra feitos por seu marido. "Don't Let Me Slide" soa como uma continuação da faixa de abertura, apresentando belas harmonias vocais no refrão.

A bela "Midnight In Harlem" com seu arranjo suave consegue valorizar cada instrumento da banda e dar espaço para as partes vocais se desenvolverem de maneira esplêndida abrindo caminho para um solo de guitarra que fica marcado como o melhor do disco. "Bound For Glory" vem mostrando a influência Soul e Gospel existente na banda, principalmente no refrão, sendo marcada pela frase melódica que é repetida diversas vezes pelo teclado.

"Until You Remember" tem um arranjo no melhor estilo Soul dos anos 60, as estrofes tem uma simplicidade instrumental muito bem feita criando um ambiente para a letra e o refrão cresce e ganha força a cada repetição. "Love Has Something Else To Say" talvez seja a melhor faixa do disco, mesclando de maneira eficiente as influências da banda e criando uma sonoridade que transita facilmente em todas elas, tendo espaço para as partes vocais e deixando o virtuosismo de seus instrumentistas florescer em uma base instrumental fascinante com solos de vários integrantes.

A banda tocou no Brasil ano passado no SWU, sendo uma das grandes sensações do festival. Este primeiro disco do grupo, Revelator, ficou na 45ª posição na lista dos 50 melhores álbuns de 2011 da Rolling Stone americana e no último domingo (12/02), durante a cerimônia do 54th Grammy Awards o grupo recebeu o prêmio de Melhor Álbum de Blues, um bom começo para uma banda com ótimos músicos e um grande futuro.

Destaque para as músicas:

- Come See About Me
- Midnight In Harlem
- Bound For Glory
- Until You Remember
- Love Has Something Else To Say
- Shelter


Até semana que vem ^^

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Dawes - Nothing Is Wrong (2011)

Dawes é uma banda americana de Pop-Folk-Country-Rock (sim, é difícil rotular o som da banda em um único gênero) formada em 2009, e que já tem em sua discografia dois discos, North Hills de 2009 e Nothing Is Wrong lançado em junho de 2011.

A sonoridade da banda passeia entre inúmeros gêneros em músicas com arranjos de fácil assimilação e andamento médio, transformando a bela sequência de canções em uma ótima trilha sonora para qualquer situação. A capa do disco chama atenção por sua simplicidade e beleza, tendo apenas uma foto da banda, provavelmente em uma passagem de som, e os nomes do grupo e disco escritos meio à moda antiga.

Logo de cara "Time Spent In Los Angeles", a melhor música do álbum, abre caminho para as faixas seguintes com estrofes simples e um refrão pegajoso (no bom sentido) que faz com que o ouvinte queria ouvir a música diversas vezes seguidas, isso sem falar nas belas partes instrumentais compostas para a faixa. "If I Wanted Someone" vem em seguida com uma boa métrica na linha vocal, uma pequena frase feita pelo piano que faz muita diferença no arranjo e um ótimo trabalho nas harmonias vocais do refrão.

"My Way Back Home" puxa a sonoridade da banda para o Country, tendo o violão como instrumento condutor, onde mais uma vez os músicos da banda capricham nas harmonias vocais, ponto alto do arranjo que ainda conta com uma levada de bateria muito bem elaborada e um bom solo de guitarra. A frase inicial de "So Well" lembra muito a famosa música do Pink Floyd "Wish You Were Here", mas a semelhança entre as duas músicas fica por ai mesmo.

Em "How Far We've Come" o grupo finca os dois pés no Country, usando ritmos, vocais e instrumentais, e frases melódicas características do gênero. "Fire Away" vem logo em seguida e já está mais para o Pop Rock com seu refrão leve e fácil de cantar. "Million Dollar Bill" é uma das faixas mais lentas do disco e mostra toda a habilidade da banda em deixar a música respirar, deixando alguns espaços vazios no arranjo que criam um clima muito agradável.

Dawes é uma banda nova e com pouco tempo de estrada, mas já em seu segundo trabalho conseguiram fazer um ótimo disco e foram reconhecidos por uma das maiores publicações relacionadas a música do mundo, a Rolling Stone americana, estando na 35ª posição na lista de melhores álbuns de 2011, a frente de discos aclamados pela crítica como Blood Pressures do The Kills, Stone Rollin do Raphael Saadiq e Let England Shake da PJ Harvey. Ou seja, a banda tem um futuro brilhante para suas músicas.

Destaque para as músicas:

- Time Spent In Los Angeles
- If I Wanted Someone
- My Way Back Home
- Million Dollar Bill
- The Way You Laugh


Até semana que vem ^^
















quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Cícero - Canções De Apartamento (2011)

2011 foi sem dúvida alguma um bom ano para o mundo da música, tivemos grandes lançamentos de bandas internacionais de renome como Foo Fighters, The Black Keys, Red Hot Chili Peppers, Noel Gallagher e Coldplay, e lançamentos nacionais de artistas já conhecidos do grande público como Mallu Magalhães e Chico Buarque, e de revelações como o rapper Criolo.

Dentre essas revelações da música brasileira está o cantor/compositor Cícero e seu disco de estreia Canções De Apartamento, considerado por muitos um dos melhores álbuns nacionais de 2011 e por boa parte desses, o melhor disco de 2011 com suas músicas de arranjos simples, enxutos e com letras melancólicas, lembrando os áureos tempos de bandas como o Los Hermanos.

"Tempo De Pipa" abre o álbum de maneira leve em uma marchinha tranquila, o arranjo simples apresenta ótimas frases de instrumentos como Metalofone e Acordeon e o refrão passa a sensação de caos e desordem, dando ênfase a melancolia da bela letra interpretada pela voz suave de Cícero. "Vagalumes Cegos" inicia praticamente da mesma forma que a faixa de abertura, porém em um ritmo mais arrastado fazendo contraponto a letra dinâmica que quase não repete frases durante toda sua duração.

"Cecília E Os Balões" chama atenção pela bela frase executada pelo Metalofone e pelas entradas da guitarra em acordes com uma distorção leve, mas agressiva, que chega rasgando a suave textura sonora do arranjo na parte final da canção. "João E O Pé De Feijão" apresenta uma grande performance vocal de Cícero, indo de frases quase sussurradas a momentos que exigem mais potência vocal do intérprete.

"Ensaio Sobre Ela" é uma das músicas mais bonitas do disco, apresentando uma bela letra e um instrumental simples com uma beleza imensa. "Açúcar Ou Adoçante?" é a música mais forte do álbum, com um instrumental bem marcado nas estrofes e com o peso de uma bigorna no refrão, mas sem sujar o som com distorções ou ruídos excessivos.

Cícero foi a grande revelação da música brasileira em 2011, mesclando em um só artista grandes influências como Chico Buarque, Caetano Veloso, Tom Jobim, Los Hermanos, The Beatles e Radiohead, e conseguindo a partir disso tudo criar uma identidade própria e até então nova no cenário nacional. 

Destaque para as músicas:

- Tempo De Pipa
- Vagalumes Cegos
- Ensaio Sobre Ela
- Açucar Ou Adoçante?
- Eu Não Tenho Um Barco, Disse A Árvore
- Pelo Interfone


Até semana que vem ^^