quarta-feira, 29 de junho de 2011

Danger Mouse & Daniele Luppi - Rome (2011)

Rome é a trilha sonora para um filme de faroeste imaginário, criada pelo renomado produtor musical Danger Mouse em parceria com o compositor italiano Daniele Luppi. O disco é composto por faixas instrumentais e cantadas, e para ajudar nos vocais Danger Mouse recrutou nada mais, nada menos que Jack White e Norah Jones.

A inspiração para as músicas veio dos chamados Spaghetti Westerns, os filmes de faroeste italianos, e das trilhas sonoras criadas pelo compositor Ennio Morricone, como The Good, The Bad And The Ugly (1966) e Once Upon A Time In The West (1968).

A gravação deste álbum foi feita durante cinco anos no Forum Studios em Roma usando somente equipamentos de gravação antigos, visando o som característico do gênero, e com exceção de Jack White e Norah Jones, todos os músicos que participaram do disco são italianos e participaram das gravações das trilhas sonoras dos filmes da década de 60.

O álbum é aberto pela instrumental "Theme Of "Rome"", que além de apresentar um belo arranjo prezando pela simplicidade, ficaria muito bem no inicio de qualquer filme de faroeste. "The Rose With The Broken Neck" conta com Jack White nos vocais e na Guitarra, e White cantando com seu jeito característico adiciona a música um elemento ainda mais sombrio e melancólico que o próprio instrumental da faixa.

"Morning Fog (Interlude)" apresenta uma linda melodia tocada pela Celesta e abre caminho para "Season's Trees", com sua bela levada de Guitarra, seu Baixo swingado e a adorável voz de Norah Jones. "Roman Blue" é instrumental e conta com a participação de uma orquestra de cordas fazendo a melodia na maior parte da faixa.

Jack White canta e toca também em "Two Against One", a melhor música do disco, com um lindo arranjo e um refrão muito bom. "Black" tem  uma melodia característica que gruda na cabeça por muito tempo e conta com a participação de Norah Jones, assim como "Problem Queen" que apresenta um arranjo denso e com ar de suspense.

Apesar do filme não existir, essa é sem dúvida uma das melhores trilhas sonoras que ouvi na vida, não duvido que daqui a alguns meses seja anunciado um filme baseado nesse disco, fazendo o caminho inverso do tradicional (onde a trilha é criada a partir do filme). E com certeza esse seria mais um dos filmes que já valem a pena só pela trilha sonora.

Destaque para as músicas:

- The Rose With The Broken Neck
- Season's Trees
- Two Against One
- The Gambling Priest
- Black
- Morning Fog
- Problem Queen
- Her Hollow Ways


Até mais ^^

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Kaiser Chiefs - The Future Is Medieval (2011)

O quarto álbum da banda inglesa Kaiser Chiefs foi lançado no dia 3 de Junho no site do grupo, sem nenhum aviso prévio, totalmente de surpresa. Alguns dias antes, no dia 30 de maio, a banda esteve em um programa da rádio BBC falando sobre o retorno do grupo aos palcos, e nessa ocasião tocaram a música, até então inédita, "Little Shocks", mas em nenhum momento falaram sobre o novo álbum que seria lançado ainda naquela semana.


The Future Is Medieval (2011) foi lançado de forma inovadora, a banda disponibilizou 20 faixas inéditas em seu site e o fã interessado em comprar o novo disco, com o custo de £7,50, podia ouvir um trecho de cada música, escolhendo 10 para sua versão do álbum, colocando na ordem que achasse melhor. Depois de fazer a sua track list, o fã podia ainda criar uma capa para o disco e colocá-lo a venda no próprio site do grupo, ganhando £1,00 por cada download que fizessem da sua versão do álbum.

A versão física e oficial desse novo álbum será lançada no dia 27 de Junho, contando com 12 das 20 faixas lançadas no site mais a inédita "Kinda Girl You Are". As faixas disponibilizadas no site não apresentam nada muito diferente dos discos anteriores, não há nenhum grande hit e se ouvidas na sequência de venda do site como um álbum duplo com 20 músicas, mostram um trabalho cheio de altos e baixos.

"Little Shocks" é o primeiro single e vídeo clipe do disco, tem um ótimo refrão e inúmeras camadas sonoras em um arranjo na medida, que faz com que essa faixa seja a mais acessível. "When All Is Quiet" tem uma sonoridade meio retrô, principalmente no refrão.

"Starts With Nothing" soa muito simples e diferente do resto da discografia do grupo. "Problem Solved" é uma das melhores músicas desse novo trabalho, mas infelizmente não estará na versão oficial do álbum. "If You Will Have Me" é cantada pelo baterista Nick Hodgson e apresentam um ótimo arranjo acústico onde o vocalista Ricky Wilson toca violino. "Things Change" e "Long Way From Celebrating" são a cara do Kaiser Chiefs, lembrando algumas músicas dos trabalhos anteriores.

Ninguém imaginava que a banda já havia gravado o disco novo, isso evitou o assédio da mídia durante as gravações e um possível vazamento das músicas novas. A versão oficial do disco se mostra mais equilibrada que a lançada no site, mas sem dúvida alguma o Kaiser Chiefs acertou ao lançar o álbum dessa forma, pois toda a divulgação que deveria ter sido feita pela banda, acabou sendo feita pela mídia e pelos fãs graças ao elemento surpresa. 

Destaque para as músicas:

- Little Shocks
- When All Is Quiet
- Starts With Nothing
- Child Of The Jago
- Problem Solved
- If You Will Have Me
- Can't Mind My Own Business
- Coming Up For Air


Até mais ^^

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Arctic Monkeys - Suck It And See (2011)

Se em Humbug (2009) o Arctic Monkeys já havia apresentado uma sonoridade diferente da dos dois primeiros discos, já considerados clássicos dos anos 2000, Whatever People Say I Am, That's What I'm Not (2006) e Favourite Worst Nightmare (2007), em Suck It And See (2011) a banda mostra uma sonoridade voltada para o Rock simples e direto, com inúmeras pitadas de psicodelia.

O Arctic Monkeys, assim como vários outros artistas que estão lançando novos trabalhos esse ano, escolheu como processo de gravação deste novo álbum a tecnologia analógica, visando uma sonoridade mais encorpada e característica do Rock dos anos 70. O disco mostra a banda dando continuidade ao que foi iniciado no trabalho anterior, com uma sonoridade mais sóbria e adulta se comparada ao som adolescente inconsequente do inicio de carreira.

"She's Thunderstorms" abre o disco de forma simples, mas soando muito bem com suas Guitarras cheias de efeitos. "Black Treacle"  tem um ótimo refrão, um dos melhores do álbum, e é a primeira faixa que mostra que a banda estava falando sério quando disse que esse trabalho seria mais Pop que o anterior.

A primeira música divulgada pela banda foi "Brick By Brick", simples, direta e com um ótimo arranjo. "The Hellcat Spangled Shalalala", apesar do nome é a melhor do disco com seu riff de Guitarra na medida, a Bateria de levada trancada com aberturas de chimbal que são características do baterista Matt Helders e seu refrão grudento e fácil de cantar em um arranjo trabalhando com várias camadas sonoras.

"Don't Sit Down 'Cause I've Moved Your Chair" foi lançada como primeiro single do álbum em uma tiragem de três mil cópias em vinil e se baseia no riff de Guitarra tocado na introdução e que permanece por quase toda a faixa. "Library Pictures" é a única música que lembra os primeiros discos da banda, e mais uma vez destaque para Matt Helders e sua criatividade fora do comum. A banda ainda apresenta outras faixas com
muito potencial como "All My Own Stunts",  "Reckless Serenade" e a faixa título "Suck It And See", todas com ótimos refrões e com uma sonoridade e estrutura voltada para o Pop.

Pra quem, assim como eu, gosta dos dois primeiros álbuns, o novo trabalho do grupo se mostra menos interessante nas primeiras audições, mas depois de ouvir o disco algumas vezes, fica mais fácil de aceitá-lo como uma nova fase da banda.

Destaque para as músicas:

- She's Thunderstorms
- Brick By Brick
- The Hellcat Spangled Shalalala
- Don't Sit Down 'Cause I've Moved Your Chair
- Library Pictures
- All My Own Stunts


Até mais ^^

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Manchester Orchestra - Simple Math (2011)

Esse é o terceiro disco de estúdio da banda americana Manchester Orchestra, que tem esse nome para homenagear a cidade inglesa que é berço de grandes bandas como The Smiths, Joy Division e Oasis. O som da banda não remete diretamente a essas influências, mas elas estão presentes.

O grupo não apresenta nada de revolucionário, ou totalmente novo, mas este álbum soa muito bem apesar dos altos e baixos. Dificilmente algum ouvinte vai se apaixonar pela banda já na primeira audição, mas na pior das hipóteses vai colocar pelo menos uma das músicas do disco entre as suas preferidas.

Se ao ouvir pela primeira vez o disco, que é aberto por "Deer", o ouvinte achar que esta música reflete o restante do álbum, vai estar cometendo um tremendo erro, pois essa faixa com sua sonoridade puxada pro Country e Guitarras que soam meio Kings Of Leon funciona mais como uma introdução do que como um alerta do que vem por ai.

"Mighty" é uma faixa que não impressiona na maior parte do tempo, cresce de forma impressionante no final da música, mas infelizmente logo acaba. "Pensacola" deveria ser a faixa de abertura, pois é a primeira grande canção deste disco e deixa qualquer um de queixo caído. "April Fool" da mesma forma que a anterior soa de forma impressionante com um peso nas Guitarras que a coloca entre as melhores do disco.

O primeiro e único single do álbum até agora é a faixa-titulo "Simple Math", essa música tem um dos melhores arranjos do disco, começando de forma leve, crescendo no refrão e a partir dai trabalhando com essa variação de dinâmicas com o auxilio de uma orquestra de cordas que completa a sonoridade da banda de forma perfeita.

É difícil entender a presença de "Apprehension" no final do disco, esta faixa merecia uma posição de maior destaque no álbum, pois além de soar muito bem, tem um dos melhores arranjos deste trabalho. "Leaky Breaks" fecha o disco, e acho que esta é a única faixa que está no lugar certo.

Este é o primeiro trabalho da Manchester Orchestra que eu ouço, vi inúmeras críticas desfavoráveis em diversos sites e fiquei sem entender a razão, pois achei Simple Math um ótimo disco, que além de entrar para minha lista de discos preferidos, cumpriu a tarefa mais difícil de qualquer disco, deixar o ouvinte interessado pelo resto da discografia da banda.

Destaque para as músicas:

- Deer
- Pensacola
- April Fool
- Simple Math
- Apprehension
- Leaky Breaks


Até semana que vem ^^

quarta-feira, 1 de junho de 2011

The Vaccines - What Did You Expect From The Vaccines? (2011)

Os novos Arctic Monkeys, The Strokes ou salvação do Rock? Definitivamente não! A banda inglesa The Vaccines foi mais uma das inúmeras "vítimas" da imprensa inglesa que insiste em exagerar nas comparações e elogios às novas bandas.

Mas isso não quer dizer que a banda é ruim, muito pelo contrário, a banda é muito boa, mas infelizmente neste álbum as expectativas criadas pelos veículos de informação musical (principalmente ingleses) foram maiores que a música do grupo.

Fica claro já no título deste disco, que é o de estreia da banda, a pressão a qual estavam sendo submetidos. Mas apesar de tudo isso, que no fim das contas foi bom, pois promoveu o grupo e o deixou conhecido mundialmente, a banda formada por Justin Young (Guitarra e Vocal), Árni Hjörvar (Baixo), Freddie Cowan (Guitarra) e Pete Robertson (Bateria) consegue fazer um disco sólido com grandes músicas.

"Wreckin' Bar (Ra Ra Ra)"  abre o disco com seus 1:21 minutos de Rock simples e rápido, abrindo caminho para "If You Wanna" com sua introdução chamativa e seu refrão grudento acompanhado de um arranjo que soa muito bem. "A Lack Of Understanding" fica boa depois da metade, mas isso já garante a ela um certo valor.

"Wetsuit" aposta em uma pegada mais leve como várias camadas sonoras formadas por Guitarras e Teclados. "Nørgaard" tem algumas semelhanças com a primeira música do álbum, tem somente 1:38 minutos, levada rápida e simples, e soa tão bem quanto a faixa de abertura. O título de melhor música do disco fica com "Post Break-Up Sex", que sem dúvida alguma é a faixa mais acessível e com potencial para conquistar fãs logo de cara.

Definitivamente o The Vaccines não é a melhor banda que surgiu nos últimos tempos, pelo menos não por enquanto, mas este é um daqueles álbuns que vai agradando conforme a pessoa vai ouvindo, logo, ou o disco é bom mesmo mas não agrada de cara, ou a boa vontade do ouvinte faz com que ele pareça melhor a cada audição. Em ambos os casos o The Vaccines merece os méritos.

Destaque para as músicas:

- Wreckin' Bar (Ra Ra Ra)
- If You Wanna
- Nørgaard
- Post Break-Up Sex
- All In White
- Family Friend


Até mais ^^