quarta-feira, 30 de março de 2011

The Strokes - Angles (2011)

O esperado quarto álbum do The Strokes foi lançado oficialmente semana passada, mas como já é quase uma tradição do mundo virtual, o disco vazou na internet com duas ou três semanas de antecedência em relação a data oficial.

O disco em si traz um Strokes diferente dos trabalhos anteriores, algumas músicas chegam a lembrar os "antigos" hits da banda, mas no geral o álbum apresenta uma sonoridade diferente, fortemente influenciada pelos trabalhos solos de seus integrantes, principalmente o do vocalista Julian Casablancas.

Com exceção do guitarrista Nick Valensi todos os membros tem algum projeto paralelo ao Strokes, e durante esses cinco anos de hiato da banda, Valensi foi o único que não gravou e/ou estava em turnê solo. Devido a isso ele foi o integrante da banda que mais sentiu e reclamou publicamente do processo de criação e gravação deste novo álbum, onde os instrumentistas - Valensi e Albert Hammond Jr. nas guitarras, Nikolai Fraiture no Baixo e Fabrizio Moretti na Bateria - gravavam separadamente do vocalista Julian Casablancas que ouvia o que os companheiros haviam gravado, avaliava e aprovava ou sugeria mudanças nos arranjos.

No geral o disco soa muito bem apesar de algumas características fundamentais da banda terem sido deixadas de lado na maior parte do tempo, ele apresenta uma fase diferente do grupo, o que acaba tornando o disco interessante. "Machu Picchu" abre o álbum mesclando essas novas referencias adquiridas nesses cinco anos com o estilo clássico da banda. "Under Cover Of Darkness" foi lançada como single e é sem dúvida alguma a melhor música do disco e a faixa que mais lembra os hits da banda.

"You're So Right" e "Games" apresentam uma sonoridade nunca vista nas músicas do grupo, claramente influênciadas pelo trabalho solo do vocalista Julian Casablancas, onde ele dá destaque aos sons eletrônicos.
"Taken For A Fool" tem um ótimo arranjo que a coloca entre as melhores do disco e "Life Is Simple In The Moonlight", última faixa do álbum, começa com uma levada inspirada em Bossa Nova e vai para um refrão muito bem feito, fechando o disco em grande estilo.

No final da semana passada o baixista Nikolai Fraiture em uma entrevista para uma rádio britânica afirmou que no próximo mês a banda estará se reunindo em estúdio novamente para trabalhar em músicas novas que irão compor o sucessor de Angles, ou seja, o grupo não pretende deixar os fãs esperando mais cinco anos pelo próximo álbum.

Destaque para as músicas:

- Machu Picchu
- Under Cover Of Darkness
- Taken For A Fool
- Gratisfaction
- Life Is Simple In The Moonlight


Até mais!

quarta-feira, 23 de março de 2011

White Lies - Ritual (2011)

Lançado no dia 17 de Janeiro deste ano, Ritual é o segundo álbum da banda britânica White Lies. O disco foi avaliado por vários sites e revistas, em alguns sendo destacado como um bom trabalho e em outros como sendo um disco de qualidade inferior ao de estréia.

O que mais me chamou atenção em uma das opiniões que li sobre o álbum foi o fato de a banda ser criticada por tentar alcançar um público maior do que o já conquistado com o primeiro disco com um trabalho mais comercial, mas Ritual pode ser qualquer coisa, menos um disco descaradamente comercial.

Até mesmo para os fãs mais dedicados da banda este não é um álbum totalmente acessível, não é do tipo que ao ouvir pela primeira vez o ouvinte já se apaixona, são necessárias algumas audições para que as músicas soem melhor e sejam melhor compreendidas.

"Is Love" abre o álbum com muitos Teclados, começando sombria e avançando para um ritmo mais dançante e eletrônico. Em seguida "Strangers", uma das melhores do disco, valoriza mais as Guitarras, Baixo e Bateria que a anterior, mas também tem forte presença de Teclados e o ritmo do refrão caracteriza a música.

"Bigger Than Us" foi o primeiro single do disco e o clipe esta sendo veiculado por canais músicais, certamente por ser a mais acessível e um dos pontos fortes do álbum, sendo facilmente digerida na primeira audição.

O disco todo dá destaque para os Teclados, na maioria das vezes sombrios, num clima dark que torna o álbum mais introspectivo. Talvez por ainda serem uma banda nova, que está desenvolvendo seu estilo, faltou ao grupo saber dosar/equilibrar os momentos introspectivos com momentos mais alegres, mais para cima que possivelmente deixariam o disco mais acessível ao grande público.

Destaque para as músicas:

- Is Love
- Strangers
- Bigger Than Us
- Peace & Quiet
- Streetlights
- Holy Ghost


Até semana que vem ^^

quarta-feira, 16 de março de 2011

Matanza - Odiosa Natureza Humana (2011)

Após cinco anos sem lançar um álbum de inéditas o Matanza entrou em estúdio em 2010 embalado pelo sucesso do CD e DVD ao vivo MTV Apresenta Matanza (2008) e gravou em três dias o seu sexto disco, Odiosa Natureza Humana (2011) lançado semana passada no dia 09/03.

Esse novo trabalho foi todo gravado ao vivo (a banda tocando ao mesmo tempo no estúdio) através de gravadores com fita de rolo, nada digital, desde a captação dos instrumentos até os processos de edição do álbum, bem à moda antiga e essa maneira de gravar reflete na sonoridade da banda.

O disco apresenta um Matanza menos irônico, mais mal-humorado (desde o título dos disco até as letras das músicas), e tão rápido e pesado quanto nos discos anteriores, fazendo o Countrycore (como boa parte da mídia denomina o estilo da banda) que é marca registrada do grupo.

Todas as músicas do disco são tocadas quase sem pausa entre uma e outra, o que passa a idéia de um set list pronto para um show. A história de um motorista irresponsável abre o disco em "Remédios Demais", rápida, pesada e com toda potência e agressividade da voz de Jimmy London.

"Ela Não Me Perdoou" vem no melhor estilo Countrycore no ritmo da guitarra e com uma das letras mais bem-humoradas do disco. A faixa-título "Odiosa Natureza Humana" demonstra toda a raiva de um homem que preferia viver sozinho no mundo, atráves de guitarras pesadas e uma das melhores letras do álbum.

Esse não é o melhor disco que o Matanza já fez, mas demonstra uma nova fase da banda, um pouco mais ranzinza, abordando assuntos mais pessoais e realistas nas letras do que prostitutas do Alabama e caminhões roubados, não que isso deixe de ter valor, afinal de contas o grupo ganhou destaque na mídia e conquistou fãs por todo país tocando essas músicas que são o principal diferencial da banda.

Destaque para as músicas:

- Remédios Demais
- Em Respeito Ao Vício
- Ela Não Me Perdoou
- Saco Cheio E Mau-Humor
- Odiosa Natureza Humana
- Carvão, Enxofre E Salitre
- Amigo Nenhum
- A Menor Paciência


Até mais ^^

quarta-feira, 9 de março de 2011

Beady Eye - Different Gear, Still Speeding (2011)

Muitas pessoas esperavam ansiosamente por esse disco que foi lançado na segunda-feira passada (28/02, mas que já podia ser baixado a quase um mês antes da data de lançamento), pelo fato de ser a primeira produção pós Oasis de um dos irmãos Gallagher, no caso o marrento Liam Gallagher e três músicos que já haviam tocado no Oasis como parte da banda de apoio, Gem Archer (Guitarra), Andy Bell (Baixo) e Chris Sharrock (Bateria).

O álbum não deixa de lado o estilo da antiga banda, mas não é baseado somente nisso, a ausência de Noel Gallagher fez diferença, em alguns momentos por fazer o grupo soar melhor e em outros por dar a impressão que falta algo. Em comparação com os últimos trabalhos do Oasis esse disco apresenta no geral músicas melhores, não existe nenhum grande hit, mas a regularidade apresentada faz o álbum ser interessante.

"Four Letter Word" abre o álbum com guitarras fortes e chamativas, a introdução instrumental abre caminho para a voz de Liam em um ritmo que lembra as músicas do clássico (What's The Story) Morning Glory? (1995). "Millionaire" soa mais Folk, com guitarra tocada com slide e um refrão muito bom que a coloca entre as melhores músicas do álbum junto com "The Roller", que é a faixa que mais se aproxima do status de hit, uma ótima introdução, a sonoridade lembrando os discos dos The Beatles (referência constante nos trabalhos do Oasis) e um refrão pegajoso e extremamente acessível.

Em seguida vem "Beatles And Stones" que parece ter sido gravada nos anos 60, lembrando os hits dessas duas grandes bandas. O primeiro single do disco foi "Bring The Light", uma música mediana, sem grandes atributos, mas que teve seu clipe veiculado em canais músicais e por esse fato acredito que seja a mais conhecida do grupo até agora.

Talvez se a banda não fosse formada por ex-integrantes de um grande grupo a visão sobre o disco fosse diferente, mas a comparação entre Beady Eye e Oasis é inevitável, esse álbum não chega a ser um clássico, mas foi um bom começo para um grupo que já nasceu com um milhares de expectativas nas costas.

Destaque para as músicas:

- Four Letter Word
- Millionaire
- The Roller
- Beatles And Stones
- Kill For A Dream
- Wigwam
- The Beat Goes On


Até semana que vem ^^

quarta-feira, 2 de março de 2011

Mumford & Sons - Sigh No More (2010)

Esta é mais uma banda que esta em várias listas de melhores álbuns de 2010, foi graças a uma dessas listas que a conheci e confesso que foi uma agradável surpresa.

Esperava que o som da banda fosse algo mais puxado para o Indie Rock, mas ao ouvir esse primeiro trabalho me deparei com um grupo com os dois pés fincados no Folk, com pitadas de Indie, Rock e Bluegrass.

Ao contrário do que pensei, a capa do disco não é meramente artistica, a base na maioria das músicas é feita pelo Violão, Banjo, Contrabaixo e Teclados.

O álbum começa de maneira bem tranquila com a faixa-titulo "Sigh No More" em harmonias vocais bem elaboradas, com instrumentos fazendo fundo musical na primeira parte e na segunda parte ganhando destaque, principalmente o Banjo tocado ao estilo Bluegrass.

Em seguida vem "The Cave", a melhor música do disco, com uma ótima introdução, um refrão que faz qualquer um querer ouvir a faixa por vários dias e um arranjo feito na medida. "Winter Winds" chama a atenção pela introdução com metais que caracteriza a música e se faz presente em toda a faixa, além de ser uma bela canção com um ótimo refrão.

"Roll Away Your Stone" é outra música que mostra uma forte influência do Bluegrass no ritmo do Violão e do Banjo. "Little Lion Man" é uma das melhores do disco por seu arranjo misturando vários elementos presentes nas influências da banda, e por esse motivo ser a faixa que pode resumir o que é o Mumford & Sons.

A banda inglesa começou a discografia de maneira muito convincente, o álbum está em quase todas listas de melhores de 2010, recebeu indicação ao Grammy (onde durante a cerimônia de premiação tiveram a responsabilidade de tocar com Bob Dylan) como Revelação e Melhor Música de Rock com "Little Lion Man", e ganhou o Brit Awards de Disco do Ano, tudo isso é merecido já que apresentam um disco com uma qualidade impressionante.

Destaque para as músicas:

- The Cave
- Winter Winds
- Roll Away Your Stone
- White Blank Page
- I Gave You All
- Little Lion Man
- Timshel
- Thistle & Weeds
- Awake My Soul


Até mais ^^